Por vezes somos como que atingidos pelas impressões dos outros, as ideias dos outros e os juízos de valores do outros. Respeito tudo isso, pois a minha condição de ser humano e de civilidade a isso me conduzem.
Exijo e reclamo no entanto o espaço que medeia entre o fato e o pressuposto, para dele fazer uso e a interpretação que entendo como justa medida.
Tal como na obra mais famosa de Gustave Flaubert “Madame Bovary, cujo
romance não é mais do que uma depreciação dos valores burgueses à época em que
o próprio Flaubert ridiculariza sua própria condição social, também por vezes
sinto e apetece-me fazer exactamente o mesmo.
É certo que não corro o risco como Flaubert de ser levado a tribunal por
escarnecer da minha condição, existem por aí alguns que entendem isso como
atitude comportamental a raiar o desconcertante, cá para mim chamo-lhe
despertar consciências.
Isto surge a propósito de tudo e de coisa nenhuma, pois por vezes a
verdade incomoda e verter juízos de valor podem conter imprecisões, desfasamentos
temporais e descontextualização.
A descontextualização, como a própria palavra sugere e indica,
transporta-nos do fato para o pressuposto e vice-versa isso é um risco intelectual
elevado. A razão é de que a linha entre ambos é muito ténue e nebulosa não
devendo no entanto misturar-se sob pena de terminarmos com um conjunto de
inverdades, não fatos e desfasamentos, no regaço.
Na cabeça.
À luz dos valores comportamentais e daqueles a quem mais falta fará um
guia para discernir entre aspectos culturais e comportamento e assim perceberem
onde e em que fase de evolução como cidadãos e seres humanos, se encontram. Sugiro
a leitura, não transversal mas atenta do livro Comportamento e Práticas
Culturais”, de Márcio Moreira.
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