Como a vida de faz de horas, dias e anos hoje tive assim uma hora daquelas.
A quem interessar.
O empresário, o capital humano e a liderança.
Este artigo não visa os extraordinários empresários e verdadeiros líderes e
homens que verdadeiramente contribuem para o engrandecimento de Portugal e
dignificam com a sua liderança o capital humano que detém nas suas empresas e
dele retiram valor acrescentado. Para esta classe de empresários a minha
gratidão em nome dos Portugueses em geral e dos seus empregados em particular.
Um grande bem-haja.
Mas, e há sempre um mas, infelizmente existem muitos empresários, quiçá
talvez em excesso que não são nem uma coisa nem a outra acima referida, isto é nem
empresários e muito menos líderes, e o artigo que se segue é-lhes dedicado em
particular, é que hoje estou particularmente incomodado.
Quem não gostar sugiro que lhe acrescente ingredientes a gosto e contribua
para que eu mude de opinião.
Em Portugal no que a empresas diz respeito, e tendo por base que em
princípio são o reflexo dos valores dos empresários que as criam, é deveras
encantadora e de tal forma enternecedora a análise que faço que me lembram
muitas vezes Saint Exupéry.
O cuidado especial na escolha do capital humano, arrancando as ervas
daninhas e a inteligência emocional, destruindo-o portanto.
A vaidade, legítima claro, simultaneamente construída sobre um monte de
falácias fazendo crer que as suas características e condições são únicas e
ímpares havendo um fundo de verdade mas pelo lado negativo.
Olham para as suas empresas como um Rei, alguns embriagados pela vaidade
outros por negócios que entendem os melhores e os que devem ser feitos, mas
ruinosos em toda a extensão pela forma e conteúdo arrastando consigo o capital
humano a quem em última análise há-de ser assacada a responsabilidade.
Imaginam as suas empresas como se fossem um planeta onde os que os rodeiam,
só respiram quando abrem a boca, pensam eles.
Consideram as suas empresas numa tal dimensão de enquadramento económico e
financeiro que o capital humano, a que me referi como substantivo, passa a um
conjunto de pequenos planetas que nem órbitas têm, pensam eles e chegando mesmo
a ter o epíteto de incompetentes, não se faz pão sem farinha.
A verdade é se encontram na maior parte das vezes como se estivessem num
deserto a falar com a serpente, isto é sozinhos, pois para o tal capital humano
apenas resta o cinismo e o veneno da relação que estabelecem com os seus
funcionários, tendo sempre por perto a tal da raposa, que não lhe ensina a
cativar nem a criar laços mas sim a menorizar e extrair tudo o que bom o tal
capital humano poderia acrescentar de valor e é neste exacto momento que o
problema de alguns empresários começa quando a flor que viram crescer, porque a
viram nascer, crescer, e a regaram com generosidade e liderança participativa, começa
a definhar e aí sentem-se enganados pela flor (leia-se o capital humano) por
ele escolhido, momento crítico e desastroso em que a colisão é inevitável,
entre o conhecimento e a competência.
Sabemos que conhecimento e competência são interdependentes mas uma tem que
dar lugar por consequência à outra e isso por uma certa ordem e não porque
apenas detendo o poder se decide como.
A tristeza que me assola, neste exercício de raciocínio, resulta no facto
de pensar nos milhares de funcionários que estão nas mãos destes incompetentes
e a quem lhes é destruída a capacidade, abnegação, valor, e dignidade, entrega
e que vêem hipotecado um futuro profissional e pessoal.
O maior pecado e melhor caminho para o fim de uma empresa, destruir o
capital humano.
Podia e até me apetecia falar sobre as empresas de diferentes segmentos e
áreas o sobre o seu real valor, expor o meu juízo de valor, não o faço.