sexta-feira, 31 de julho de 2015

Como evitar passar ao lado da vida…
Um dia, era criança ainda, Jean Paul Sartre pediu autorização à mãe, Anne Marie Schweitzer, que mais tarde adoptou o sobrenome Sartre, para ler "Madame Bovary", de Flaubert.
A mãe questionou-o: "Mas se o meu querido lê este género de coisas na sua idade, o que fará quando for grande?".

A réplica foi demolidora e Jean Paul Sartre respondeu: "Vivê-las-ei".



quinta-feira, 30 de julho de 2015

De Gabriela Mistral, El Decáligo del Artista. 

I. Amarás la belleza, que es la sombra de Dios sobre el Universo.

II. No hay arte ateo. Aunque no ames al Creador, lo afirmarás creando a su semejanza.

III. No darás la belleza como cebo para los sentidos, sino como el natural alimento del alma.

IV. No te será pretexto para la lujuria ni para la vanidad, sino ejercicio divino.

V. No la buscarás en las ferias ni llevarás tu obra a ellas, porque la belleza es virgen, y la que está en las ferias no es Ella.

VI. Subirá de tu corazón  a tu canto y te habrá purificado a ti primero.

VII. Tu belleza se llamará también mirsericordia, y consolorá el corazón de los hombres.

VIII. Darás tu obra como se da un hijo: Restando sangre de tu corazón.

IX. No te será la belleza opio adormecedor, sino vino generoso que te encienda para la acción, pues si dejas de ser hombre o mujer, dejarás de ser artista.

X. De toda creación saldrás con vergüeza, porque fue inferior a tu sueño, e inferior a ese sueño maravilloso de Dios que es la naturaleza. 
Chief Arvol Looking Horse, 19th Generation Keeper of Sacred White Buffalo Bundle
Uma verdade da qual não nos devemos afastar, nem esconder.
We have reached a crossroads. On an international level we have adopted materialism over conservation of the Earth’s limited resources forgetting that ‘the Earth is not a resource to be used but, rather, the source of life itself "

sábado, 25 de julho de 2015

Incompleto, mar flat e uma tela.

Dou por mim a pensar, coisa que para alguns é fastidioso mas para mim em certos dias é uma verdadeira orgia intelectual, se sou ou não sou o que gostaria de ser.

Passados anos e analisando o que a vida me entregou, que foi mais do que procurei e juntei, não tendo em rigor dado valor ao que me foi dado e deixei-me levar por sonhos e projectos que procurei alheando-me dos muitos sinais que a vida me foi dando, por isso sinto e acredito mesmo não sabendo o que quero, sei claramente o que não quero. 

Não quero ignorar os sinais e perceber como ser, mais ou menos equilibrado, acima de tudo feliz.

Sou feliz, embora permanentemente desassossegado o que dilui a felicidade, a paz mas não repondo qualquer benefício. Este é um dos meus dilemas.

Não fora a possibilidade de descarregar na tela e no “papel” os sentimentos que por vezes ficam exacerbados e teria um ataque de pânico, o que não sendo novo não deixa de ser pavoroso.
À laia e em jeito de compensação, a tal justaposição ou equilíbrio das emoções, sempre me “refugio” no mar, no campo, e não menos importante na tela.
As emoções são, para mim, assim como brisa, vento, vendaval, furacão, tsunami e mar flat o que em milésimos de segundos me desconstrói e repõem causando vertigens, sobretudo a do vazio.

Tenho horror ao vazio, como tenho pavor de uma página em branco assim como o pânico que assalta numa tela em branco que não se resolve a si própria, e sobre a qual me sinto incapaz de expressar o que sinto, fico incompleto.

O sentimento do incompleto, na forma e conteúdo, mas vivido de forma permanente desgasta e provoca um certo grau de exaustão e feitas as contas tudo é mais ou menos incompleto, pois essa é talvez a variável que introduz a possibilidade da participação do outro com a sua parte incompleta para completar o que até à participação de terceiro, estará, também incompleto e por ai fora.

 “Não sei por onde vou mas sei que não vou por ali…”


Fausto.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Um dia depois de ontem e um antes de amanhã, é como me sinto.
Reflexivo e a ponderar.
Afinal que espécie é esta à qual pertenço?
Será este o ideal de Final perfeito?
A ausência de referências, sérias há mas são muito poucas, na sociedade contemporânea leva-me a um grau de apreensão que há muito não sentia.
Vivemos rodeados de indivíduos que individualmente ou em grupo têm poder, um poder que exercem transversalmente oriundo de ideologias que não servem nem a montante nem a jusante, conduzindo a civilização para o caos que está instalado e no qual parecem movimentar-se razoavelmente bem, esses que exercem o poder, não conseguindo no entanto ser líderes, um paradoxo ou não. 
Assistimos a uma Europa sem rumo, mas com intenção (caos social, a vergonha de assistir placidamente à construção de um muro de 175 kms “dentro de portas”, destruição da soberania dos estados invocando razões e aplicando “justiça” a torto e a direito, desenterrando ódios que se julgavam extintos), o que por si é deveras aterrador, caminhando ao lado, neste pérfido caminho dos Estado Unidos presos e atados aos lobbys e poder financeiro, a montante um silêncio absoluto, a jusante desordens, crimes, a negação e erradicação dos valores mais elementares do ser humano, com a condescendência dos Estados Unidos. O continente Africano foi paulatinamente pilhado e saqueado por uns e outros, ficando sem voz e à mercê dos algozes da Europa, América e Ásia. Ao que assistimos na Ásia também não augura nada de bom nem de pacífico, pois o Japão altera a constituição para poder rearmar-se e desenvolver o seu exército, a china ocupa um País (Nepal) que tem 3x a área de França, e instala-se de armas e bagagens, literalmente, anulando e obrigando o povo à aculturação por todos os meios tidos por convenientes que no caso são 150.000 militares. No Médio Oriente o recuo até Maomé até se entende mas não compaginável no contexto global de evolução, e os ódios, vinganças estalaram e libertaram uma “besta” que existia, até há poucos anos, nos livros (Bíblia, Corão, Suna, Kadosh) e afinal é bem real. Na Oceânia o silêncio é quase sepulcral e perturbador, por um lado entende-se que a Austrália e Nova Zelândia não se identifiquem com este cenário e optem por este silêncio, onde cabem inocentes e culpados, mas são parte integrante das soluções e dos problemas, e isso não pode ser aceite como uma opção, deve por outro lado ser encarado como um dever civilizacional.
O caos a que chegamos, e que não tem assim muitos cenários possíveis, é arrasador para uma espécie que caminha à 200.000 num trajecto errante e aleatório como se fosse uma criatura insatisfeita, irresponsável e que não sabe o que quer.
Da evolução esperava, paz, prosperidade, lucidez, sã convivência, entendimento entre todos à luz dessa mesma evolução, e afinal entregou-nos concupiscência, xenofobia, egoísmo, ódios, vinganças, guerras.
Faço votos de que não, mas penso que nos irão vencer pelo cansaço e nos deixarão a todos exaustos e a lamber as feridas. Um fim e o fim em si mesmo.
O estado da civilização actual mais para uma fase retrógrada, a do recolector, consumindo, destruindo e nada repondo ao bom, ao gosto dos senhores que actualmente exercem o poder.
Vencer um povo é uma tarefa hercúlea mas possível mesmo que apenas por um homem só, mas uma civilização inteira, o no caso 7 Biliões vencidos, oprimidos e resignados às mãos de 20 ou 30 pessoas, que é estranho é. 
Atribuir o ponto civilizacional em que estamos a arquitecturas malévolas do tipo Eugenia, e Maçonaria mais ou menos impactante parece-me que peca por defeito. Acredito seriamente que uns e outros fazem o trabalho cujo resultado é o que se vê.
Termino como comecei, perguntando a mim próprio, afinal que espécie é esta a que pertenço.

 Um final perfeito para uma espécie que em 200.000 não corrigiu e pior não aprendeu como os erros, eu tenho uma esperança média de vida aí de 80 anos e cometi e cometo erros vou tentar fazer a minha parte, convencido que teremos um final desastroso. 

domingo, 19 de julho de 2015

Gostei da ideia e da viagem, e não resisti a postar.
De “Gustl Rosenkranz”
A nossa condição neste mundo é claramente a de “Fahrgast”, um viajante e/ou visitante.
"Nós visitamos este mundo e viajamos por ele. Ele não é nosso. Mesmo assim, entramos, participamos, sentimos que estamos em casa, mas com o respeito de quem só está de visita. A viagem deve ser aproveitada intensamente, mas sem nos prendermos a nada que não seja realmente essencial, pois chegará o momento a em que a viagem chega ao fim. E teremos que deixar para trás tudo que guardamos e não cabe na bagagem. Por isso, é mais sábio guardar somente aquilo que realmente tem um significado verdadeiro e mais profundo. A vida deve ser vivida sua plenamente, intensamente, procurar e alimentar relações sinceras, não deixar que o medo (nem o seu, nem o de ninguém!) o prenda, tenha coragem, viva cada momento intensamente, de uma forma madura, sendo bom para si próprio, tratando-se com carinho, não por vaidade ou egoísmo, mas por saber que você seremos a melhor companhia que você teremos, e a única que com certeza ficará ao nosso lado até ao desembarque do último vagão do comboio da vida..."