domingo, 22 de outubro de 2017

Jain - Come

Tenham um excelente fim-de-semana e não se esqueçam ser, e fazer, felizes os que vos rodeiam.



Venham daí que vale a pena.





Fazia algum tempo, neste tempo, que por falta de tempo ou por outras questões associadas a prioridades me afastei deste cantinho muito especial, do qual senti o chamamento e assim sendo aqui vai.


Eu, cidadão Português serei culpado? Sim.
Serei culpado? Também em Roma no ano 64 D.C. o foram Tácito e Suetônio, pois Nero na sua imensa sabedoria e competência tratou de encontrar culpados (?!?!?!?!?), também sou, pois tenho exercido o meu direito de voto sempre que a isso sou chamado e a minha orientação neste capítulo tem sido pelo lado dos que se mostram ou me parecem competentes, mas que desolação a minha ao olhar para este meu País, no que ele se tornou. Um vazadouro de tudo e coisa nenhuma. Extraio assim o resultado de soma de valor nula em quase tudo o que vejo.

Perante tudo o que se tem passado neste País, que amo incondicionalmente tal como o o Sr. Presidente de República e tantos e tantos cidadãos, exceptuando uns quantos que apurando melhor a leitura de todos os momentos (deixo os adjectivos para outra oportunidade) não posso deixar passar em claro o cidadão que comanda esta prole de incompetentes e correspondente clientela que interpreta o papel do Vilão, e muito bem (todos sabemos que o ar condicionado quando sujeito à devida manutenção não cheira a queimado nem tampouco provoca qualquer doença) que até ao momento ainda não provou qualquer sentimento de culpa decorrente da sua responsabilidade, atitude, comportamento e decisões e mais grave ainda que não abandonou os cidadãos à sua sorte.

Imperdoável seria não trazer à liça dois companheiros ilustres deste vilão, desta insana e vil partida de poker, a Sr.ª que passou de atitude de impotência (imagine-se o MAI impotente, coitados de nós cidadãos) à capitulação numa espécie de hara-kiri (indo finalmente de férias, coitada que já merecia…) e junte-se-lhe um secretário de estado da Administração Interna, um imberbe, que em plena tragédia catapultou toda uma revolta devolvendo-a aos cidadãos “disparando” (no pé, claro) que deveriam ser “proactivos”, a não esperarem aviões e bombeiros. De fora deixo o rascunho de nome ANPC, ficou feio, o papel ficou queimado e não dá para ler e como tal não se percebe nada.

Por vezes recorro-me da minha cultura que é tão dada a milagres, e pela qual tenho o maior orgulho e respeito, e na verdade quiçá um milagre a dois tempos fosse a resposta ou solução, por um lado a chuva e por outro a aparição de alguém que em vez de um raspanete a mortos, feridos, desalojados, cidadãos em estado de choque, tivesse a ombridade e caracter que só assiste aos que sentem verdadeira responsabilidade relativamente aos cidadãos que os elegem e encontrar soluções para um momento de catástrofe, em suma assumir as responsabilidades que são as de quem desempenha funções governativas, ponto. Cheguei à conclusão de que já não há milagres.

Dito isto e tudo o mais que fica por verter aqui este sentimento de revolta lembra-me que há um País dentro de outro País (estranho não é?), se bem que já aqui fiz referência que temos neste espaço físico 3 ou 4 classes de cidadãos, e se por um lado não é por sorte que as condições dos cidadãos têm vindo paulatinamente a melhorar também não é por “azar” que vivemos esta catástrofe, é por falência constrangedora das responsabilidades do Estado Português, que tem a responsabilidade da gestão e governação em todas as vertentes de um Estado de Direito com todas as suas competências e obrigações, na defesa e bem-estar dos cidadãos.

Sim, o governo de Portugal tem obrigações, logo o Estado, e na mais elementar de todas que é a protecção do cidadão colapsou.

Obrigado Estado Português.

Fausto em estado de choque, assim meio catatónico e só me ocorre um personagem da nossa história que quando questionado, faz muito tempo, disse e passo a citar… “obviamente demito-o”. Eu não me demito da admiração à Pátria, mas espero para ver e já lá vão 55 anos de tanto esperar…

Em jeito de nota de rodapé deixo aqui o texto do artigo 21º da Constituição da República Portuguesa
ARTIGO 21º (Responsabilidade civil do Estado)

1. O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.